domingo, 2 de setembro de 2012

What do you say?

Não me lembro bem se foi Shakespeare que disse que a vida era a arte do encontro, embora houvesse tantos desencontros nela. Concordo, e sendo a boa paranoica que sou, penso sempre que é conspiração.
É ingrato da parte do universo te colocar em certas situações que você jamais ostentou, te fazer mudar completamente por desejos que nunca imaginou que pudessem ser despertados, te fazer esperar um bom tempo para conseguir se situar, entender a grande desordem que tudo provocou dentro de você e depois, simplesmente, te cobrar atitudes com urgência. Não é questão de deixar o bonde passar, de ficar inerte esperando as coisas caírem do céu, mas simplesmente de sentir que eu também mereço desfrutar da tranquilidade do acaso, das coisas que se encaixam naturalmente, sem requerer grandes esforços. Quando é que Maomé vai se deslocar até mim?
Estou disposta a tudo, taking chances, jumping off the edge, sem saber se existe chão pra pisar, mão pra segurar, um inferno pra enfrentar, só não me conformo que, de novo, sou EU que estou disposta. Eu é que tenho que dar o primeiro passo, eu é que tenho que expor a cara ao tapa. E já foram tantos...
Quebrar a cara depois, caso não dê certo, não me preocupa. Esse risco é natural. O que me tira o sono é pensar que talvez isso que não está acontecendo fosse trazer tantas coisas boas... E eu preciso tanto dessa bondade das coisas na minha vida!
Seria tão simples, uma resposta direta, um "sim" deixado despropositadamente em algum lugar, uma afirmativa jogada sem contexto em algum canto das nossas tantas conversas... Era só disso que eu precisava pra ter coragem de vomitar as flores que já nasceram dentro de mim, pra mostrar o quanto eu posso me doar, o quanto eu me guardei pra quem eu achava que merecia. Mas trauma é uma coisa que paralisa e te faz pensar que é melhor idealizar um sentimento não vivido do que botar tudo a perder. De novo.
É o medo. Medo do mais puro e cruel. Medo de quem já apanhou tanto que, só de sentir o cheiro do perigo, se esconde debaixo da cama, chora e treme.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

dia mundial contra o direito de ser babaca

Dia mundial contra homofobia, cejura?
Ai, galera, não sei vocês, mas eu não acho que sair na rua de mãozinha dada com seu namoradoª ou ficar twittando #homofobianao vá mudar a cabeça do resto da humanidade. Olha, se nem protestos seguidos de greve têm surtido efeito (motoristas de ônibus e professores que o digam), quanto mais protesto que não afeta a vida de ninguém. Nego que acha bacana ficar cuidando do cu do outro não pode ser levado em consideração e, na minha humilde opinião, o preconceito é inerente à babaquice do ser humano and nothing's gonna change, a não ser que o calendário Maia surta efeito.
Não consigo enxergar a lógica de TER QUE DEFENDER meu direito de dar o cu, de ser negro ou de ser mulher. Talvez o foco esteja errado; por que não lutar pela impunidade ao preconceito? Né? a lei pode ser mudada, a cabeça de gente babaca, não!
Na verdade eu meio que tenho fobia a militantes (de testemunhas de jeová a Nazistas) e sou uma idealista meio sedentária, mas por pura amizade sugiro que raciocinem previamente sobre o efeito desse protesto antes de sairem na rua vestidos de Lady Gaga nesse dia frio.

domingo, 13 de maio de 2012

Se o diabo é pai da mentira...

o mundo inteiro está querendo ser adotado por ele. Cara, é impressionante o quanto as pessoas amam ser enganadas. Todo.ser.humano.ama.ser.enganado. Todos queriam ouvir da pessoa amada que é correspondido ou que são/estão bonitos algum dia, mesmo que fosse mentira.
Todas as vezes que eu entro em redes sociais e vejo milhares de atualizações com frases moralistas e de efeito do tipo “machuque-me com a pior verdade, mas não me iluda com a pior mentira”, a vontade que eu tenho é de curtir e fazer um comentário do tipo: “olá, primeiramente gostaria de dizer que você é babaca, depois que você é feia, mal amada e mentirosa, porque duvido que gostou dessas verdades que falei. Beijo.”
O mundo gira em torno de ter uma vida social e, para ter uma vida social tranquila e se relacionar bem com todo mundo, é claro que é necessário mentir. Quando uma pessoa feia chega em você dizendo que quer se matar porque é feia e ninguém gosta dela, a primeira coisa que você vai dizer é “não, você é bonita sim”. Mentira. E você tá certo em mentir. Todos precisamos do mínimo de ilusão na vida para sobreviver. Tipo, tenho 25 anos e duvido que eu vá casar um dia, mas sempre digo que vou casar de vestido verde, numa catedral gótica e etc. Me deixem!
Outra situação em que você sempre irá mentir é quando alguém, superior a você, tipo sua chefe ou uma professora fodona de quem você precisa tirar nota, chega e te fala: “cortei o cabelo, ficou bom?” olha, se você me responder que diria “não”, vem cá acabar de escrever esse texto porque você é mais mentiroso do que eu.
As pessoas têm mania de usar moralismo onde não cabe. Dizer que não admite pedofilia não faz de você um pedófilo, mas dizer que não admite mentira faz de você um mentiroso. Coisa que você já nasceu sendo, todos nascemos.
Eu digo, sim, que não admito que mintam coisas sem necessidade, do tipo “meu pai tem um jatinho” ou “eu já morei na Europa”. Velho, você é doente. Ninguém quer saber isso. Isso não te torna mais legal. Quem tem um jatinho ou morou na Europa e sai comentando, ou era pobre e ficou rico, ou pnc, ou um attention wore. Isso não é legal. Conheço mentirosos patológicos e isso sim me preocupa, mas eu prefiro lidar com uma pessoa assim do que com alguém que enche a boca pra dizer que não mente, porque já o está fazendo.
A mentira pode salvar vidas. A mentira pode te fazer mais feliz. A mentira pode mudar a vida de alguém. Minta para uma pessoa feia que o cabelo dela está bonito, minta para uma pessoa burra que ela é genial, minta para uma gorda que ela tá parecendo mais magra, minta para uma magrela que a bunda/peito dela cresceu. Chega de tapar o sol com a peneira, pessoal: todos somos mentirosos e gostamos de mentiras.
Beijos a todos e saibam que estão muito lindos hoje. Rsss.

Lola gets (:(

Será que seria o caso de encher a cara e reclamar da vida na internet? Sempre é.
Quando as pessoas vêm me pedir pra voltar a escrever eu fico tentando imaginar se posso mesmo fingir demência e, como quem não quer nada, voltar a escrever aqui mesmo, como se eu fosse a mesma pessoa que era em 2008 quando criei esse cantinho de sociofobia. Na verdade eu até acho que sou, apenas um pouco menos babaca.
Engraçado ler meu anseio por iniciar minha profissão depois de ter passado num concurso público, mudado de cidade e viver da licenciatura. Hahaha, véi, pela primeira vez eu poderia estar aqui dizendo que consegui o que almejava mas  só consigo pensar que, ao invés de ficar angustiada pensando no tempo em que eu começaria a trabalhar, eu poderia ter, sei lá, dormido mais, amado mais, bebido mais ou transado lido mais livros.
E olha, tenho lido pra caralho e pensado que, porra, tudo que tinha pra escrever no mundo já foi escrito, mas sempre há chances de você exteriorizar seu excremento cerebral e alguém se identificar com ele, não é mesmo?
Tô morando em Campinas em um pensionato feminino, trabalhando em uma escola pública e tentando pensar que Deus não foi injusto por não ter me feito nascer bonita e talentosa o suficiente para estar tentando uma carreira na broadway, não na educação.

Anyway, apesar de sempre estar disposta a reclamar, tenho que reconhecer que nesses 4 meses de vida adulta eu conheci pessoas incríveis, inclusive a mim mesma e já consigo entrar num supermercado e comprar alguma coisa além de cosméticos, álcool e especiarias.

É nessas horas que eu desminto o ditado de que o ladrão nasce feito. A ocasião realmente é tudo, meus amigos. Muito boa noite.

sábado, 12 de março de 2011

"O mundo é um moinho" (?)

Sinto muita agonia quando ouço o mestre Cartola dizer naquela maravilhosa canção:

"Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar seus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó"

Não seria sincero da minha parte dizer que esses posts sérios são culpa da minha atual TPM, porque eu estaria apenas fugindo da realidade de que isso já estava guardado dentro de mim que a vulnerabilidade sentimental desse momento apenas me permitiu exteriorizar.
No penúltimo post eu meio que passei por cima do que seria uma explicação por toda essa ausência do blog mas eu senti que, para esse recomeço, eu teria que, antes de mais nada, ser sincera comigo e com vocês para poder estar aqui de forma mais inteira.
Acho que meu 2010 foi um ano de silêncio, não só porque nada realmente relevante aconteceu, mas porque a minha alma também estava silente proveniente de uma grande frustração.
Há um momento na vida em que nós chegamos em um determinado ponto em que não sabemos qual direção tomar. Qualquer passo errado pode acarretar erros enormes, que não serão mais temporários como eram nas nossas decisões de criança e adolescente, mas dos quais carregaremos as consequências pelo resto da vida.
Terminar uma faculdade é um marco na vida de qualquer pessoa, é um ciclo se fechando, é uma conquista que chega, cheia de medos e de obscuridade, sim, mas geralmente é a primeira vez na vida de um jovem em que ele se sente diante de sua vida adulta. Eu sei que muitas pessoas não fazem faculdade e nem por isso deixam de ter uma vida adulta, mas quando alguém não se prepara formalmente para uma profissão específica, essa pressão da qual vou falar acaba sendo menor porque você não escolheu exatamente uma profissão, você aprendeu a fazer algo e se tornou independente à partir do seu trabalho. Para falar a verdade, ainda creio que lá no fundo daquelas pessoas que não se formaram fica sempre inconclusa a decisão ou conclusão daquela pergunta que sempre ouvimos quando crianças: "o que você vai ser quando crescer?". Hoje a minha pergunta é outra: "o que será de mim agora que já cresci e escolhi o que vou ser - e ainda não sou?".
Eu sei que parece complexo demais, mas nem posso dizer que não é, pois estaria mentindo. Eu escolhi ser professora, eu queria isso com convicção desde os meus 16 anos. Confesso que houveram momentos em que eu questionei essa minha escolha, não pelo meu coração - porque eu amo a educação, a Língua Portuguesa e suas literaturas - mas pela prática financeira mesmo.
Pela influência da minha família, se eu tivesse me formado em administração de empresas, ciências contábeis ou economia hoje, provavelmente, eu estaria trabalhando dentro de um banco e já seria relativamente bem sucedida. No entanto, estou com um ano de formatura e ainda não ganhei sequer um centavo com a minha profissão e sei que, quando eu ganhar, o meu salário será muito inferior ao que eu teria caso fosse bancária.
É uma faca de dois gumes, que parece me cortar cada vez que penso a respeito disso, mas eu tomei uma decisão com a qual terei que lidar pro resto da minha vida. Eu não me arrependo e sei que se o tempo voltasse eu não faria diferente, mas sabe quando você se sente absurdamente frustrada por não conseguir prosperar naquilo que planejou? Perdoem a metáfora pobre, mas é exatamente como se você ganhasse asas e não pudesse voar.
Esse ano (provavelmente) começo a dar aulas como professora eventual. Isso é bom, vou adquirir experiência na minha área, vou ter contato com a profissão que escolhi, poder ver na prática se era isso que eu idealizava quando pensava em ser professora, o que me enche de um medo terrível.
E se eu descobrir que fiz tudo errado? E se eu descobrir que não nasci pra isso? E se eu fracassar? E se?
Tenho contato com muitas pessoas da educação, pessoas que fizeram licenciatura por falta de opção, porque o curso era mais barato, ou porque não sabiam o que fazer da vida. E incrivelmente essas pessoas se dão bem na profissão. E aí se torna mais difícil ainda de entender: por que pra mim ainda não deu certo?
Sem querer me gabar, mas sempre fui aplicada na faculdade, nunca tirei notas abaixo da média, sempre me dei bem nos concursos que prestei mas simplesmente não acontece. Ano passado foi um ano de "portas na cara". Não encontrei sequer uma diretora que se dispusesse a fazer meu contrato, nem para dar aula de professora eventual. É muito difícil depender dos outros e ver a falta de vontade (e disposição) das pessoas em te ajudar. É difícil, principalmente, quando olhamos para o governo e vemos que ele só piora as coisas para os professores iniciantes e faz de tudo para que as pessoas desistam dessa profissão. O ex-governador do estado de São Paulo, sr. José Serra pode ser responsabilizado por 90% de todo esse drama por ter inventado a sua brilhante "categoria F", e aprovado no ano passado uma lei que dizia que, se um professor iniciante pegasse aulas, no ano seguinte ficaria de dulcênio (DUZENTOS DIAS LETIVOS SEM TRABALHAR, OU SEJA, O ANO INTEIRO).
Bom, esse ano essa lei absurda caiu, mas ano passado, diante dessas circustâncias, o jeito era partir para o ensino privado, fiz diversas entrevistas em escolas particulares que sempre começavam com aquela pergunta básica: "tem experiência?". Preciso nem falar do resultado.
Eu não sou nenhuma filhinha de papai que sempre teve tudo o que quis. Trabalhei e paguei minha faculdade com meu próprio dinheiro. Do primeiro ao último mês. Tinha desconto por ser uma faculdade municipal, mas ainda assim, nunca pedi um real do meu pai e até hoje, há quase dois anos desempregada, posso dizer que nunca pedi dinheiro a ele.
Não que eu seja orgulhosa, mas sei que meu pai é o único que trabalha na minha casa e que ele já faz muito por pagar as despesas sozinho tendo dois filhos adultos e que podiam estar trabalhando e ajudando.
Ano passado eu até arrumei um trabalho qualquer porque não aguentava mais ficar esperando alguma coisa relacionada à minha formação, mas vou dizer que nunca senti algo tão doloroso ao guardar meu diploma na gaveta e ir trabalhar em algo que eu não gostava. Não durou muito pois a loja foi vendida e fiquei parada desde então. Daí em diante eu me estagnei numa profunda frustração.
Ano passado também entrei na pós graduação. Meu sonho sempre foi fazer a pós e depois prestar mestrado porque quero muito trabalhar na área acadêmica, mas isso também tive que interromper porque eu não tinha como pagar e não queria jogar essa despesa nos ombros do meu pai.
Mesmo meu pai não tendo pagado minha faculdade, as cobranças por parte da minha mãe sempre foram grandes. Para ela, qualquer salário mínimo que eu tivesse ganhando já estaria bom, ela não dá nenhum valor ao meu esforço, nunca me apoiou estudar e, sempre que tem oportunidade, diz que eu poderia ter feito algo que daria dinheiro, que tem muita gente sem estudo que deu mais certo na vida do que eu, que eu sou egoísta e só penso em mim com essa história de querer continuar estudando, enfim, essas coisas lindas de se ouvir quando se está à beira de uma depressão, etc. Apesar de que, quando chega visita, ela se gaba muito do meu diploma e chorou muito na minha colação de grau perto dos outros dizendo que tinha orgulho de mim (?).
Esse não é um post para lamúrias, falar do desprezo da minha mãe ou para despertar pena das pessoas, muito pelo contrário, é para que sirva de alerta para você vestibulando que está diante de uma decisão como essa: até que ponto vale seguir o coração na hora de escolher uma profissão? Eu sempre pensei que o trabalho deveria ser um lugar agradável e muito prazeroso, porque você passa a maior parte da sua vida nele, então optei pelo coração. Ainda não sei se fiz certo ou errado, espero que algum dia eu volte aqui e diga que tudo isso valeu à pena, sim.

No final do ano passado conheci uma diretora que, ao que tudo indica, é uma luz no fim desse meu túnel escuro, mas como nada ainda foi concretizado, peço que torçam por mim e que pensem muito bem à partir do momento em que tiverem que fazer escolhas assim, definitivas, nessa vida errante de seres pré-adultos.

Beijos!

p.s.: esse post sem comentários porque já é um assunto massante demais pra mim.

terça-feira, 8 de março de 2011

O morno Deus vomita!

Sabe, vejo muitas pessoas por aí com crise de identidade. Quem sou eu? O que as pessoas querem de mim? O que eu significo pra elas? mimimi... mimimi...
Eu nunca tive uma crise de identidade. Sempre soube quem eu sou, do que sou capaz, o que amo e o que odeio (porque meios termos nunca tiveram espaço no meu rol de conceitos). Em outras palavras, sou muito segura de mim mesma e do que represento no espaço que ocupo na vida das pessoas, o que elas pensam a meu respeito, etc.
Nunca fui exatamente "A queridinha da América", nunca fui o tipo de pessoa que agrada a todo mundo. Sempre tive desavenças, desafetos, desde a pré-escola, mas também sempre tive fiéis aliados e pessoas que fariam qualquer coisa para me ajudar/defender (esses foram os que chamei e chamo de amigos).

Por que sempre tenho desafetos? Simples... porque eu não consigo ser neutra, eu compro brigas para defender os que amo, não consigo fingir de morta diante de injustiças, não consigo não tomar partido ao ver situações às quais me incomodam, coisas que não aprovo e, claro, porque eu sei que tenho direito de opinar, de fazer escolhas e de decidir quem eu quero e quem não quero perto de mim. E não... não suporto gente sonsa, morna, sem opinião, de personalidade fraca ou influenciável, detesto massas, maiorias, comum ou social. Para ficar perto de mim eu escolho a dedo pessoas que possam me acrescentar algo, me fazer refletir, que possam complementar minhas ideias, meus pensamentos, que possam ampliar meu campo de visão e não pessoas que se apropriam de mim, do que penso, que concordam com tudo o que digo e muito menos que não têm uma opinião formada sobre nada... Relacionamentos são compostos por trocas e não apropriações!

Eu não julgo e não condeno pessoas incapazes de pensar por si. Não acho que elas tenham culpa, ou pelo menos consciência de que seu cérebro foi beijado por um dementador, talvez, e que ela está vagando pelo mundo como uma ameba rastejante. Dessas pessoas eu tenho pena...
A única coisa que me tira do sério é quando uma pessoa inapropriada de discernimento como essa, se apropria de uma ideia mal concebida a meu respeito e sai por aí levantando bandeira como se essa fosse uma verdade absoluta.
Muitas vezes pessoas como essas surgiram em meu caminho e eu, inutilmente, achei que um pouco de lucidez pudesse ajudar. Fui franca, falei o que pensava, incentivei-as a mudar, fiz com que elas saíssem de sua zona de conforto intelectual e que pudessem pensar no mundo como um lugar mais amplo do que sua própria bolha. Nunca menti, nunca desejei o mal, nunca fui falsa. Realidade dói? Algumas vezes sim...
Percebi que, infelizmente, essas pessoas são feitas para viver para sempre iludidas e com um conceito errôneo de vida, para se conformarem com os sentimentos efêmeros e para se refugiarem em sua realidade inventada, porque na verdade são incapazes de olhar o mundo como um lugar onde existe, além do bem e do mal, a verdade e a mentira.

Outro dia eu ouvi que de vinte pessoas que me conhecem, dezenove têm algo de ruim para falar de mim. Apesar de essa frase ter sido dita por uma pessoa que NÃO me conhece, eu me senti feliz. É tão bom perceber que você não é uma coisa só... Pois, veja bem, no mundo real, de vinte pessoas eu acho que só uma (e olhe lá) vale realmente à pena. Será que a chance maior é dessa pessoa ser eu, ou aquelas outras dezenove que agradam a todos?

Os governantes foram eleitos pela maioria, isso significa que eles têm boa índole?
Jesus Cristo foi condenado pela maioria, isso significa que ele era ruim?
Hittler foi apoiado pela maioria, quer dizer que a ideia dele era boa?

Sinceramente, eu não quero ser aceita pela maioria e muito menos fazer parte dela...
Não quero ser o tipo de pessoa a quem as pessoas se referem como "boazinhas", porque essas são as mesmas que são referidas como "coitadas" mais tarde. E eu jamais quis ser a coitada da história. Minha preferência pelas vilãs não vem do fato de elas serem más, mas do fato de enfrentarem uma maioria opressora, de serem diferentes e de defenderem seus ideais (certos ou errados) com total convicção. Pelo menos não estavam perdidas na vida se apropriando de pensamentos alheios, de ideias pré-concebidas, de grandes clichês...

Quem ouve minhas lamúrias ou lê meu twitter, pode até pensar que minha vida é uma merda mesmo, sabe por que? Porque eu não tenho problemas em rir de mim mesma, em contar minhas desventuras, apontar meus próprios erros e meus defeitos. Não me escondo por trás de uma realidade inventada, de uma vida superficial, uma máscara de bondade, da covardia de enfrentar meus medos, meus desafios e a oposição de pessoas que não pensam como eu.

O grande problema em ser tido como bonzinho é que, quando você pisa na bola, é obrigado a mentir para não desapontar as pessoas que acham que você é a reencarnação da Madre Teresa de Calcutá, não é? E nessas horas é fácil colocar a culpa em pessoas como eu. Mas olha onde está a grande contradição do seu pensamento raso: eu não preciso mentir para acobertar os meus erros porque nunca fiz com que ninguém pensasse que eu era perfeita. :)

E só para tecer um paralelo: prefiro dois dias da minha tristeza verdadeira do que um momento da sua alegria fake.

"Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente;
oxalá foras frio ou quente!
Assim, porque és morno, e não és quente nem frio,
vomitar-te-ei da minha boca." - Apocalipse 3:15, 16

Acho que é só isso.


P.S.: assunto chato mas inspirou meu banner. Hahahaha!

sábado, 5 de março de 2011

Fala galero!!

Bom, a última vez que vim aqui dizer que tava voltando ceis sabem o que aconteceu, né? E UM ANO E TRÊS MESES depois eu tô aqui na maior cara de pau. Me amem! kk
Bom, em 2010 eu nem cheguei a postar, mas adianto a vocês que não perderam absolutamente NADA porque taí um ano que podia ter sido pulado na minha vida.
Sei que não tô com muita moral e que não sou o tipo de pessoas que tem palavra, credibilidade e etc, portanto, sem prometer nada, venho através desse post contar a vocês que hoje: sábado, 5 de março de 2011 eu estou com vontade de voltar a postar nesse lugar.
A primeira impressão que tive ao entrar aqui foi que nada mais fazia sentido, a cara do blog, o layout e muito menos os posts... realmente minha vida não é mais a mesma.
Sem muita viadagi com esse negózdi template, eu tirei algumas coisas, alterei outras. Mas não mudei o nome do blog porque tem todo um simbolismo e também, bem ou mal, esse título sempre virá a calhar. Talvez role um novo banner, talvez não...

Não escrever me leva a um profundo vazio mental, a uma regressão absurda de pensamentos, de expressão e até mesmo de sentimentos. Por mais que o que eu escreva não faça sentido nem diferença na vida de quem me lê eu sinto necessidade de usar esse meio de expressão. O que significa que, gostem, não gostem, tô de volta!!

Se tô agradando ou não, cêis que se resolva!!! kkk